Milhares de cartas. Os envelopes levavam mais do que nomes e endereços. Em cada correspondência havia uma história de vida, de dor, de sofrimento, mas também de expectativas. Apesar dos diferentes relatos, o anseio era o mesmo. Todos buscavam a realização de um sonho. Mas os desafios eram muitos. O primeiro era colocar no papel letras capazes de traduzir os sentimentos de quem as escrevia. Nem sempre é fácil quebrar o orgulho de uma imagem que julgamos forte para expor a nossa real necessidade. Por que manter uma aparente e falsa independência? Por que não reconhecer que precisamos de ajuda? O segundo desafio era ainda mais difícil. Como ser escolhido em meio a uma multidão de petições? Na maioria das vezes, desqualificamos as nossas próprias palavras. Não acreditamos no poder que elas têm e, por isso, as mantemos guardadas num poço onde não podem ser ouvidas. Ser chamado, sem dúvida, já era uma grande vitória. Estar frente a frente com quem poderia mudar aquela situação gerava uma sensação incomparável e emocionante. Olhos brilhavam, pernas tremiam e coração acelerava. Mas será que isso era o suficiente para ter o desejo atendido? Por que mesmo tão perto ainda duvidamos? Choro ou gozo? Não tinha como saber, era preciso esperar até o último momento. Tudo dependia do que estava atrás da grande e imponente porta. Ela ainda estava fechada. Será que eu mereço? Vou ter acesso à Porta? Quando ela vai se abrir? O “Porta da Esperança”, um dos programas de maior audiência da década de 80, não existe mais. No entanto, a busca pelo sonho continua. Que suas palavras sejam capazes de reconhecer a sua necessidade. A multidão pode até ser grande, mas é possível ser escolhido e estar frente a frente com Aquele que tem o poder de tudo mudar. Isso não depende de merecimento. Basta não duvidar. E se preciso for, espere. No momento certo Ele vai ordenar que a Porta seja aberta e a sua alegria jamais terrá fim. Paz e sucesso!!! ::Juliano Matos
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