Fundada há apenas 13 anos, a Igreja Mundial do Poder de Deus anunciou a construção de um templo para receber cem mil pessoas, mas que pode abrigar até 150 mil, segundo publicações evangélicas. A obra, com capacidade superior à do Maracanã, simboliza o crescimento da mais nova entre as grandes instituições neopentecostais do país. Ancorada na promessa de realização de milagres, como a cura do câncer e da Aids, a Mundial vem conquistando fiéis a cada mês e ameaça a hegemonia da Igreja Universal do Reino de Deus.
Liderada pelo autodenominado apóstolo Valdemiro Santiago, um mineiro da cidade de Cisneiro, de 48 anos, alto, negro, de fala simples e forte sotaque do estado de origem, a Mundial diz inaugurar entre dois e três templos por semana. Contabiliza, oficialmente, cerca de 3.200 sedes, mas o próprio Valdemiro diz pagar 4.500 mil aluguéis por mês. Criada em 1977, a Universal tem cerca de 5.000 templos.
— Entre as igrejas neopentecostais, a Mundial é a que mais abriu novas sedes nos últimos anos — afirma Antônio Flávio Pierucci, professor de Sociologia da Religião na USP.
A Mundial surgiu de uma dissidência da Universal. Por 20 anos, Valdemiro trabalhou na igreja de Edir Macedo e chegou a bispo. O rompimento aconteceu em 1997. Os motivos são um mistério no meio evangélico.
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