João Cruzué
A pequena aldeia de Betânia nunca mais foi insignificante depois do milagre
que Jesus operou na casa de Lázaro. Se até então a presença do Senhor no
cenário politico-religioso de Jerusalém era desdenhada e considerada exótica,
assim que Lázaro "acordou" depois de três dias morto, ela se tornou
grande demais para ser desconsiderada. Mas, eu não quero meditar no assunto
pelo ângulo político. Há coisas muito mais profundas e edificantes neste
milagre que uma abordagem política. O milagre não chegou à casa de Lázaro aleatoriamente.
Ele veio, ao meu ver, porque a casa de Lázaro estava na condição descrita pelo
versículo 14, do Salmo 91.
A Bíblia diz que Jesus era amigo
íntimo desta família. Em algum momento que desconheço, o Senhor passou a
frequentar aquela casa; imagino que algum de seus discípulos os apresentara, ou
mesmo, passando a caminho de Jerusalém, tivesse pousado ali, já por ser muito
tarde. E foi por causa desta amizade que Jesus, fugindo de sérias ameaças de
morte, voltou para cuidar de Lázaro.
Trazendo este fato para nossos dias, posso ver que vale
muito a pena investir tempo para conversar com Jesus. Como você observou,
evitei o uso do verbo "orar" e preferi um outro que denota diálogo.
De alguma forma sei, que um dos caminhos que nos transportam à presença do
Senhor é a oração. Nada novo, pois, era assim que Jesus fazia. Buscar a
presença de Jesus. Se obedecermos seus mandamentos, primeira condição, quanto
mais tempo passarmos com ele, mas da sua presença estará em nós. E para quê?
Para que no dia "D", um dia da grande necessidade, sua voz não soar
estranha aos ouvidos de Deus.
Jesus e os discípulos estavam fugindo de Jerusalém, depois daquele confronto com os judeus no Alpendre de Salomão. Confronto que poderia terminar em muitas pedradas e prisões. Iam se afastando, quando um mensageiro chegou e disse que Lázaro estava à beira da morte. Contrariando os conselhos dos discípulos, e esquecendo-se do perigo, deu meia volta por causa do amor que sentia por Lázaro. E por este amor, tudo o mais fora relevado como secundário.
Jesus e os discípulos estavam fugindo de Jerusalém, depois daquele confronto com os judeus no Alpendre de Salomão. Confronto que poderia terminar em muitas pedradas e prisões. Iam se afastando, quando um mensageiro chegou e disse que Lázaro estava à beira da morte. Contrariando os conselhos dos discípulos, e esquecendo-se do perigo, deu meia volta por causa do amor que sentia por Lázaro. E por este amor, tudo o mais fora relevado como secundário.
Tenho recebido alguns emails de
pessoas contando de situações desesperadoras. Alguns perguntando: E agora,
confio no Senhor e espero ou jogo tudo para o alto?
Minha experiência de vida é bem pequena em relação a
tantos cristãos, mas eu aprendi a servir ao Senhor tanto com o bolso cheio
quanto vazio. Onze anos vazio, para ser exato.
O que eu posso dizer? Bem, a resposta
está no Salmo 91, v.14, onde a providência de Deus está condicionada ao nosso
amor por Ele.
Com certeza havia muitos
"lázaros" moribundos ou mortos em Jerusalém e aldeias
circun-vizinhas. Por que o milagre ficou restrito à casa de Lázaro? Há mais de
uma resposta. Uma delas, porque era assim a vontade de Deus, mas vou ficar com
a seguinte: A casa de Lázaro, inteira, amava Jesus e este amor não brotou
apenas nos dias da ressurreição. Ele já havia fincado raízes há mais tempo.
No tempo da grande adversidade, em
que o favor de Deus é um requisito imediato, há alguma coisa em nós ou em nossa
casa que possa chamar a atenção de Deus em nosso favor - principalmente se
formos conhecedores da sua palavra?
Bem, nunca é tarde para começar. E provamos nosso
amor pelo Senhor quando procuramos nos achar envolvidos - sempre - com alguma
coisa que agrada seu Espírito. E se ainda não sabemos no que nos envolver, é
porque temos colocado a sua vontade em segundo ou terceiro planos.
Isso pode levar a um final muito
triste. No dia que você estiver mais precisando, também ser deixado em segundo
plano. É daí que vêm as desculpas de naufrágio na fé: "Orei, clamei,
bati... mas como Deus não me ouviu , é porque não se importa."
A família de Lázaro amava Jesus. Uma
das provas disso está registra em três livros do Evangelho. Houve um Jantar
também em Betânia. Na casa de Simão, o leproso. Naquela oportunidade ela entrou
com um vaso de alabastro nas mãos, e derramou o mais puro nardo nos pés de
Jesus, e com os longos cabelos os enxugou. Interessante! Havia tantos
discípulos, e só uma pessoa se colocou no centro da vontade de Deus para ungir
o corpo de Jesus - ainda em vida.
Ungiu com um espírito voluntário. Sem interesses mesquinhos.
A ressurreição de Lázaro, se não foi
o maior, foi um dos maiores milagres operados por Jesus. E ele eferveceu
inteiramente a cidade de Jerusalém. Foi a última oportunidade que os Judeus
tiveram para se reconciliar com Deus. Mas eles não estavam interessados em
reconciliação.
O grande milagre da ressurreição de
Lázaro não aconteceu em qualquer casa nem em qualquer família. Deus preparou o
tempo, a hora e o lugar para atender um pedido de oração de uma casa que amava
e honrava profundamente seu filho - o Senhor Jesus Cristo.
Jesus confrontou a morte para trazer
Lázaro de volta à vida, para atender à vontade do Pai. E agora quero terminar
este texto, citando os três últimos versículos do Salmo 91, onde a condiçãoda
vitória da família de Lázaro está no versículo 14:
"14. Pois que tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei;
pô-lo-ei em um alto retiro, porque conheceu o meu nome.
15. Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia;
livrá-lo-ei e o glorificarei.
16. Dar-lhe-ei abundância de dias e lhe mostrarei a minha
salvação!"
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